segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

QUANTOS SEREMOS?
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Não sei quantos seremos, mas que importa?!
Um só que fosse, e já valia a pena.
Aqui, no mundo, alguém que se condena
A não ser conivente
Na farsa do presente
Posta em cena!
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Não podemos mudar a hora da chegada,
Nem talvez a mais certa,
A da partida.
Mas podemos fazer a descoberta
Do que presta
E não presta
Nesta vida.
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E o que não presta é isto, esta mentira
Quotidiana.
Esta comédia desumana
E triste,
Que cobre de soturna maldição
A própria indignação
Que lhe resiste.
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Miguel Torga
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2 comentários:

Rita Carrapato disse...

"Mas podemos fazer a descoberta
Do que presta
E não presta
Nesta vida."

Ao ler as palavras de Torga lembrei-me de um livro soberbo que acabei de ler há dias de Fiódor Dostoievski - O sonho um homem rídiculo - em que na noite em que premedita suicidar-se, se deixa dormir, o que nunca acontecia e tem um sonho, o sonho da perfeição humana....

Bjs

Rita

MAria tardIA disse...

BEM!!!
Deve ser 1 LIVRO excelente. A ideia até "arrepia"...

Obrigada.

:)

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Ah, se pudessemos aprender a aprender a tempo!

Enrique Solari